quinta-feira, julho 31, 2008

novamente Quito

Sao quase 5h. Temos voo para Guayaquil as 7h. Ainda nao dormi. So hoje de manha nos apercebemos que era o ultimo dia da caravana. Durante estes dias nao tive qualquer nocao de horas, dia da semana ou do mes...Deve ser preciso desligar para reconectar.
"Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado la risa y me ha dado el llanto,
asi yo distingo dicha de quebranto
los dos materiales que forman mi canto
y el canto de ustedes que es el mismo canto
y el canto de todos que es mi propio canto."
Violeta Parra, Gracias a la vida

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Cuicocha

Acordamos as 6h para meditarmos na lagoa sagrada de Cuicocha. Tambem uma antiga cratera de um vulcao. A meditacao incidiu hoje sobre o proposito das caravanas, que se iniciaram no sul do Chile,proximo da Antartida, local unico na Terra onde nao ha conflitos politicos ou ambientais. Esta energia e consciencia que tem a vindo a subir e a ser transportada pela espinha dorsal da America. Regressamos ao hotel para iniciarmos as sanacoes. Fiquei feliz por nao sentir cansaco, nao sentir o tempo. No final, pedi ao Felipe que me fizesse uma sanacao. Seguimos para a fronteira com a Colombia para passar o Suryamana para a caravana do proximo ano. Terminamos como comecamos cada caravana, cada dia, em abracos.

Cuicocha

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Pullulahua

No centro do centro. A linha do Equador, a cratera de um vulcao. Os Andes. Descemos a montanha a pé até ao centro da cratera. É a segunda maior cratera habitada do mundo. Os animais pastam em liberdade. Um xama local fez-nos uma cerimonia de saudacao a Pacha Mama, a Grande Mae. Meditamos em conjunto, do fogo da Terra para o fogo transmutador do coracao.
Pulluahua

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terça-feira, julho 29, 2008

Quito

Ao chegarmos ao asilo, havia fila na rua, estavam entre 500 a mil pessoas a nossas espera. Ate me senti desconfortavel porque ainda iamos almocar antes do inicio das sanacoes. O asilo era agradavel, o almoco vegetariano, finalmente. Ao contrario das outras viagens, nesta, nao fico com memorias de paisagens. Sinto que vou conhecendo o Equador, nao de fora para dentro, mas desde o centro, da alma das pessoas.

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Ambato

Dormimos 2h. Estamos agora na montanha e estao menos de 10 graus. Acordei em sobressalto porque disseram que o autocarro ja estava a espera e abdiquei do banho relaxante pelo qual anseio desde ontem. O pequeno-almoco foi no Biocenter de Reckeweg. O tempo por minutos abrandou. Ao descer as escadas em pleno vale, rodeada pelo verde das montanhas, comecaram-se a ouvir violinos. Tinhamos mesas e tendas replectas de frutas e senti novamente a emocao do agradecimento da riqueza que e estar Presente. Fomos divididos em grupos para as sanacoes. Fiquei no grupo do Santiago. Um anfiteatro cheio nos esperava. Nenhum dos grupos parou ate todas as pessoas terem sido atendidas. Todas as sanacoes nos sanam mas ha algumas que nos tocam particularmente. Hoje tive um desses momentos. Seguimos para ouvir a conferencia do Jorge. Ha dois anos que o acompanho com alguma regularidade e nao ha duas palestras iguais. O jantar hoje era de noite tipica. Impressionante como, apos o que haviamos dormido e trabalhado,a maior parte das pessoas dancou a maior parte do tempo. E um grupo muito especial, integral, ha coerencia entre o que se diz e o que se faz. "Paz é deixar passar o passado" Jorge Carvajal, Ambato

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Huaquillas

Na fronteira,encontramo-nos com a caravana que vinha do Peru, numa confluencia de abracos que, mesmo nao conhecendo quem chegava, era impossivel ficar indiferente, sente-se algo no centro de nos proprios que nos faz agradecer internamente o ser parte integrante deste momento.
Fomos esperados pelo vice-presidente da Junta, com discursos e hinos do Equador e do Peru. O Jorge disse apenas tres ou quatro frases e fizemos a primeira sanacao conjunta a um homem que havia levado um tiro e ficado com metade do corpo paralisado. E dificil nao me comover quando o Jorge fala, todos os momentos de trabalho em grupo sao momentos profundos de gratidao.

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sábado, julho 26, 2008

Surreal

Entre acasos e coincidencias, mais um dia em Guayaquil. Mais uma licao ao vivo em confiar, em como de pouco serve fazer planos. Um dia surreal. Completamente surreal. Conheci Neville. Fernando tinha-o conhecido ontem e estava em duvidas se seguiria na caravana o ficava um pouco mais com este homem. Depois do que nos contou, eu e Francisca ficamos tambem. Um homem que foi acusado de terrorismo nos estado unidos porque curava pessoas cancro. Prenderam-no sem direito a advogado, sem direito a falar com a familia.Diziam que ele nao gostava dos estados unidos porque cada pessoa que curava fazia perder ao Estado 15 mil dollares. Poderia continuar a historia que se segue crescentemente surreal. Ele e a mulher, que é americana, virologa, com os seus 8 filhos lindissimos, o mais velho com 16 anos, vivem desde ha um ano e meio numa casa humilde no meio de um bairro de Guayaquil.Escolheu o Equador porque na constituicao esta escrito num dos artigos que um homem espiritual (ou xama) pode utilizar plantas naturais para tratar. O telefone nao para com pedidos de consultas. Neville recebe todos os doentes em casa, ainda fala mal espanhol mas é completamente dedicado aos doentes. Nao tinhamos nada marcado e abriram-nos as portas de casa de uma forma que eu nunca vi acontecer, acompanhamos as suas consultas e ficamos na sua casa enquanto ele foi buscar a mulher que hoje tocava para o presidente. Esta historia tem muitos pormenores. Seria capaz de escrever umas 10 paginas sobre o dia de hoje. Omito por enquanto. Faremos um curso com ele quando terminar a caravana.

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sexta-feira, julho 25, 2008

em transito

O voo de Madrid para Quito partiu com 2h de atraso devido a problemas tecnicos.A viagem, de 10h ou 12h, perdi um pouco a nocao do tempo,foi tranquila. O habitual, dormi a maior parte do tempo, ouvi mantras e vi um filme. Vim ao lado de uma rapariga que, ja depois de aterrarmos, caiu no chao sem aviso. Ainda lhe pressionei o ponto de reanimacao de acupunctura e quando deixei o aviao ela ja estava a retomar consciencia, rodeada pelos assistentes da companhia. Sinto que ela ficou bem, mas a sua historia intrigou-me, muito poucas pessoas viajavam sozinhas naquele voo. Tinhamos trocado algumas palavras, mas no concreto, apenas sei que ela seguia viagem para a Colombia. ...Assumi que jamais viria a descobrir quando resolvi nao esperar e sair do aviao para tratar de arranjar o proximo voo para Guayaquil que, devido ao atraso, havia perdido.

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quinta-feira, julho 24, 2008

Madrid, terminal 1

Quatro familias de sul americanos. Eu. As senhoras da limpeza e os rapazes de laranja que plastificam as malas. Sinto os ciclos e a impermanencia e tento ve-los como algo abencoado, como oportunidades de mudança.Nao sem nostalgia, senti a mudança dos rostos e da companhia. Da India para os indios. Mas ha algo que me mantem confortavel, a autenticidade. Chegar ao terminal e ver familias deitadas no chao com a naturalidade dos jovens de mochilas as costas fez-me sorrir. O ruido interior cessou. O meu Ser ficou Presente e em silencio.

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