terça-feira, julho 28, 2009

Meditacao com golfinhos

Ultimo dia da caravana. Nem acredito como o tempo passou depressa. Hoje partimos as 5h30 para as ilhas do Rosario. No aquario ao ar livre, meditamos com os golfinhos e as tartarugas marinhas. Conectamo-nos em especial com os golfinhos, com a sua alma grupal de mamiferos que retornaram ao oceano, berço das nossas origens. É tempo de consolidar as experiencias e prepararmo-nos também para regressar.

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respostas

Uma resposta rapida geral e informal. obrigada pelo carinho: - Lys soube tao bem sentir-te.. - Tio J, ja tinha saudades!!! Andava a estranhar a ausencia de noticias. Quanto ao outro que foi expulso dos states, esse mora no ecuador, nao faz parte da caravana. E o Felipe é talvez dos homens mais respeitadores e atentos que conheço. Por isso pode ficar mega descansado. - Avos, nos trabalhamos mas nao nos sacrificamos, a sanacao é mutua. Ja como de tudo!!! Ate comi frango com a outra senhora! a Mara nao parou de gozar comigo porque nunca me tinha visto a comer carne, tirou fotos e tudo! - Querida Mae, ainda bem que a agenda social e cultural continua activa. E que a Morgas esta bem e acompanhada. bem hajas! Abracinho doce. - Te, como estas? Onde andas? Abraco da Terra.

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Prisao

Ultimo dia de sanaçoes. Fiquei no grupo da Prisao. Os filmes sao reais. A violência associada à droga é real. Mas a maioria das mulheres, inocentes. É uma face da Humanidade tao perversa que nem consigo reproduzir. Foi o dia mais duro da caravana. Nao tive qualquer julgamento moral, poderia ser eu.

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Cartagena das Índias

Levantei-me antes das 5h para apanhar o voo para Cartagena. O cansaço desapareceu à chegada. Mais uma vez fomos recebidos no aeroporto com música e doces locais. Aqui os nossos autocarros sao os tipicos da america latina, com cores, malas no capot e sem portas nem janelas. Chegamos ao Caribe, ao mar e ao calor. À tarde fomos fazer uma sanaçao ao Palacio da Inquisiçao. Foi intenso e belo. Era final do dia. Liderados pela Luz Angela, as crianças da caravana fizeram par com as crianças negras locais. Na forca estava pendurada a bandeira da caravana e a Mara, que iniciou o ritual com Ave Maria de Schubert. Descalça sobre as pedras do jardim do Palacio, recolhi-me em silencio enquanto sentia em mim o inquiridor e a vitima e acompanhava a restituiçao do lugar.

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Templo do Sol

...Mariela deve fazer os colchoes com muito amor porque foi como se tivesse adormecido numa nuvem. Foi o sono mais reparador que tive aqui na Colombia, nao ha como o aconhego de uma casa. O pequeno almoço foi um pouco problemático. Amorosamente ofereceu-nos leite com chocolate com tamal, a refeiçao local, uma especie de mistura de frango, grao, farinha e cenouras envolta em folhas de bananeira que se coze a vapor. O leite com chocolate estava divino, quanto ao frango ao pequeno almoço... tivemos que fazer uma pequena meditaçao antes para sensibilizarmos o estomago. Às 7h30 já estavamos todos no autocarro prontos a seguir para o ritual iniciatico no templo do Sol.

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Duitama

Partimos as 7h de autocarro para Duitama. Fomos recebidos no centro Biosalud com uma pequena mostra de artesanato e almoço. Na parte da tarde fomos divididos em cerca de 50 grupos e fizemos sanaçoes no colegio local a populacao geral. À noite fomos acolhidos em casas de familia. Fiquei com a Mara e a Francisca na casa de Mariela. Mariela faz colchoes e criou os 4 filhos sozinha. O filho mais novo Luis Carlos, com 20 anos, vive numa cidade proxima mas regressa todos os fins-de-semana para estar com a mae. Eram 9 e meia da noite quando saimos do colegio, ansiavamos por um sono de 7h seguidas... penso que falo pelas 3 quando digo que tivemos que fazer um esforço em nos disponibilizar para receber e partilhar. Ofereceram-nos o jantar num restaurante (comi galinha...) e levaram-nos para passear na cidade. Mariela ainda foi comprar um vinho para aquecer e compartimos em casa, mostraram-nos fotografias de familia, de viagens, e com musica romantica e vinho quente com acucar brindamos a Colombia.

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derecho a la felicidad

Mais um dia de sanaçoes. Começamos pelo hospital da Policia de Bogota. O Jorge deu uma palestra, ouvimos o hino da policia e seguimos nas sanaçoes. Varios grupos têm vindo a colaborar continuamente com este departamento e senti que a semente da sintergetica começa a germinar, pois a "propaganda" tinha um discurso diferente, estava realmente...humanizada. Porem, a tarde foi para mim mais especial. Fomos para um centro de apoio a crianças. Nao houve perguntas, apenas interaccao. Fizemos uma sanaçao grupal, acolhemos a criança que estava a nossa frente na criança em nós, dando-lhe toda a protecçao e carinho que ela nao teve. Dançamos, corremos, cantamos, brincamos...sanamo-nos.

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sexta-feira, julho 24, 2009

Cerro Monserrate

Chegada a Bogota. Subimos de funicular a Monserrate. Estamos agora a cerca de 3000 metros de altitude, quase o mesmo que em Leh, nos Himalaias, uns posts mais abaixo. A igreja do topo, foi cedida por umas horas a caravana. Fizemos uma meditacao em movimento. Purificando as aguas da montanha e do coracao em espirais de silencio uno e comunhao conjunta.

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hogares claret

Ultimo dia em Medellin. O grupo foi dividido para sanacoes em varios centros. A nos, calhou-nos Hogar Claret, um local onde o Jorge Carvajal e o Padre Gabriel iniciaram ha uns 25 anos atras uma comunidade terapeutica para recuperacao de jovens toxicodependentes. Actualmente ja tem centros semelhantes espalhados por todo o pais e cerca de 40000 jovens reabilitados. Apesar dos numeros absolutos, as raparigas tem uma taxa de desistencias superior a dos rapazes, algo como 70%, neste centro. A terapia? Em suma, o Amor. O Padre Gabriel saudou-nos pessoalmente a todos. Houve uma pequena introducao a comunidade e passaram-nos um pequeno documentario sobre o local realizado pela David Lynch Foundation. A autenticidade com que nos falou, fez-me (a mim e a muitos) escorrer lagrimas . Grande parte dos jovens, aos 5 anos ja estao viciados em droga. Muitos deles, tem 3 geracoes de familia a viver nas ruas,... sao realidades para nos desconhecidas... Os primeiros que o nosso grupo atendeu, tinham cerca de 18 anos e ja estavam na fase final. Supreendemo-nos, eles nao precisavam de sanacao. Os discursos articulados sobre o seu passado e os projectos para o futuro, o sentido de responsabilidade pessoal e social, foram inspiradores... para nao dizer, invejaveis.

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quarta-feira, julho 22, 2009

dia da independencia

Ontem foi o dia da independencia da Colombia. A manha foi vivida num dos parques da cidade, com a participacao do grupo Canto Alegre e da rede de escolas de musica de Medellin. Fizemos um ritual pela interdependencia entre os paises andinos, entre os continentes e culturas. Na parte da tarde, liderada pela Luz Angela, propunha-se um ritual a mae Terra. A Mara foi uma das protagonistas, tendo o seu canto sido o pano de fundo de todo o ritual. Longe das corrente feminista independentista, que trouxe muita revolta e separacao entre os dois sexos, hoje trabalhamos a Mae Terra, sanando o masculino em cada uma de nós.

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purificaçao

Iniciou-se a caravana e com ela os meus dois dias de purificaçao. Uma pequena gastroenterite fez-me ficar na cama. Como estou rodeada de medicos, nao me preocupei. E realmente nao tive razao de queixa. Passado 20 minutos de ter batido a porta do quarto da Francisca, ja tinha meia duzia de medicos a minha volta, a Luz Angela fez-me uma sanacion, a caravana tem organizada uma equipa SOS com medicamentos disponiveis, improvisaram um sistema de soro no quarto (rapidamente construido graças a Mara), enfim..uma pequena aventura. Enquanto isto, a Mara iniciava-se sozinha no grupo e nas sanaçoes :). Agora ja estou totalmente recuperada, ja como de tudo e ja faco as sanacoes.

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sábado, julho 18, 2009

Medellin

De regresso a Medellin. Um dia livre, um dia "leve". Reencontrei-me com a Mara, que tem um dia normal antes do inicio da caravana propriamente dita, amanha. Amanha ja seremos cerca de 400 e pergunto-me como sera. Medellin é uma cidade rosa, uma extensao chocante de casas no meio das montanhas. A camara ofereceu-nos um tour pela cidade que curiosamente incidia em edificios aparentemente banais da cidade, o enfoque no metro, na biblioteca, no parque da cidade para crianças e deficientes motores, enfim em tudo aquilo que socialmente criou novas oportunidades e começou a conectar os varios distritos da cidade, possibilitando o intercambio e o sentimento de unidade, de igualdade e de pertença.

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Quibdó

Dois dias numa das províncias menos desenvolvidas do país. O aviao era dos pequenos. Sobrevoámos a selva chocoana, o denso do verde que absorve a luz e transforma o espaco-tempo, onde um dia nasceu a sintergetica, ao lado do indio Alfonso. Por razoes de segurança, nao pudemos sair da capital, Quibdo. Ate para fazermos um passeio de canoa pelo rio, o Jorge teve que pedir autorizaçao a Bogota e fomos escoltados por militares em barcos que nos seguiam. Aqui as mulheres tem 12, 15 filhos, os homens 40,50. Veem-se poucos indigenas. A maioria sao negros. Descendentes dos escravos negros de Africa. O calor é extremamente humido e, apesar de estarmos sempre com a roupa colada ao corpo ou do efeito de um banho durar menos de 10 minutos, incomoda-me menos que o calor seco de agosto em Lisboa. Ficamos hospedados numa especie de quinta com varias casinhas espalhadas pelo monte. Fiquei no quarto com a Francisca e a Maria. Tomavamos banho as escuras, por causa dos mosquitos, e de agua fria, por causa do calor, e dormimos de porta aberta, com vista para o verde, embalados pelas cigarras da noite. Das sanacoes, guardo os olhares, dos anciaos e ancias de 94 anos que apareceram, das criancas, dos conflitos de lugar que quase todos tem por devido a guerra terem sido forcados a deixar a sua terra de origem. Marcou-me uma apresentacao que nos fizeram numa especie de centro cultural, que o olhar desatento nao distinguiria de um patio vulgar de uma casa. Alem da musica, os jovens interpretaram monologos criados por eles: elas focaram as violaçoes, eles a violencia. Desde que cheguei que despertamos as 5h da manha, todos os dias tivemos sanacoes, todos as noites dancamos. Sempre me surpreendo com a energia da caravana, parece nao existir cansaço...

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quarta-feira, julho 15, 2009

Chegada

A aproximaçao a Bogota surpreendeu-me. Tinha-me esquecido do reflexo do sol e das nuvens sobre a cordilheira dos Andes. O meu coraçao sorriu ao ver o Felipe na recepcao do aeroporto e senti-me a chegar a casa.

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Lisboa, terminal 1

5 horas de espera, o vôo cancelado. Quando telefonei às Maras à 1h da manha, sabia de antemao a resposta. Ha pessoas com as quais sabemos que podemos contar. Juntei-me a 2 outros passageiros que também precisavam de chegar rapidamente a Madrid: Fernando, antropólogo, estudava as migraçoes dos ecuadorianos e colombianos para Espanha; e Pedro, que ia ter com a namorada à Praça da Colombia, em Madrid. Sorri com enorme gratidao, era o início da caravana.

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