sexta-feira, agosto 19, 2005

Sãs e Salvas


O final. A foto da praxe. Um outro ponto de vista.

Etiquetas:

segunda-feira, agosto 15, 2005

Taj

http://www.akbarkhanstajmahal.com/videos/teaser_english_hi.wmv Para os românticos inveterados....alguma da história por detrás do maior edifício construído em nome do amor.

Etiquetas:

domingo, agosto 14, 2005

Itinerario final

Dia 14: Hotel Siddharth, quarto 102, Khajuraho. (viemos de aviao).
Dia 15: Partida de carro as 6:00 para Agra, Sr Samim, MP 16-T008. Chegada a Agra. Visita ao Taj Mahal. Partida de comboio para Delhi. Alojamento no Hotel Prince Polonia (a confirmar).
Dia 16: Compras em Delhi.
Dia 17: Partida para Londres-Lisboa.
Dia 18: Chegada a Lisboa.

Etiquetas:

Kama Sutra

Estamos em Khajuraho. Em orgia...cultural.

Etiquetas:

sábado, agosto 13, 2005

Do Silencio

Etiquetas:

Varanasi

Fim de tarde em Varanasi. Partimos de barco de um dos ghats da cidade. Dois corpos ardem a beira do rio enquanto nos afastamos das margens e entramos no Ganges. Mergulho em pensamento nas suas aguas leitosas enquanto observo de longe os rituais do fim do dia. As pequenas velas colocadas sobre folhas e flores de lotus flutuam em harmonia com a corrente levando aos deuses segredos e preces que se fundem com os elementos. Esta Presenca e a magia de Varanasi, a qualquer altura do dia.

Etiquetas:

House of Shiva, Lord of Destruction

Existem três deuses hindus principais, Bhrama, deus da criação, Vishnu, deus da manutenção e Shiva, deus da destruição. Varanasi é uma cidade sagrada para os Hindus por ser a morada de Shiva. As pessoas são chamadas aqui no final da vida para que a passagem seja mais suave, para que a morte seja sem sofrimento. É-lhes pedida uma aproximação espiritual através da ritualzação e da enculturação: é um lugar de silêncio e de oração, onde as gerações se cruzam. As águas do Ganges diminuem o peso das reencarnações sucessivas e por isso, o rio acorda para receber os elementos mais velhos das famílias nos seus banhos matinais, os homens de fé, as lavadeiras de roupa, os cadáveres cremados na noite anterior, as crianças que iniciam a invocação dos mantras... Quando alguém morre, é envolto em panos e coberto de flores, e o seu corpo é depositado sobre um monte de troncos de madeira. O fogo não pode ser ateado com fósforos, gasolina ou outro material inflamável: o filho mais velho daquela família deve ir buscá-lo ao templo de Shiva, algures na velha cidadela. Cada corpo demora cerca de 3 horas a cremar, à excepção de crianças, grávidas, sadhus, morte por varicela ou mordedura de cobra. Curiosamente estes corpos não ardem, não se degradam pelas chamas, mesmo quando queimados durante dias: de acordo com os locais, são corpos demasiado quentes (com muito calor interno), mais quentes que o fogo, e por isso são oferecidos directamente ao rio. Ao fim de 3 horas o corpo está praticamente irreconhecível, desmembrado, reduzido a ossos. Nessa altura é trazido um pote de barro com água do Ganges e é derramado sobre a pira, para que seja facilitada a libertação da alma e o atingimento do Nirvana. O pote permanece junto à pira até esta estar completamente fria, altura em que o pote é quebrado sobre o que resta: para a família, é tempo de parar o luto, é a forma e dizer que aquele familiar já não existe e que podem continuar com as suas vidas. Este ritual repete-se vezes sem conta, nos dois Ghats de cremação da cidade. Dia e noite, é imparável, assim como o avanço do tempo. As fotografias não são permitidas, mas o fumo constante ou os clarões ao entardecer espelhados no rio afirmam a sua presença, como que tornando real para todos esta realidade, agora ou depois. É a Varanasi que as pessoas vêem morrer. Há quanto tempo estarão aqui à espera?

Etiquetas:

quinta-feira, agosto 11, 2005

A Entrega

Chegamos a estacao de Pathankhot ao entardecer. Quase duas horas de espera numa estacao secundaria, que segundo o guia tinha pouco para oferecer, excepto a almejada deslocacao. Pathankhot eh bem mais a sul do que tinhamos estado antes, e isso notava-se. O calor humido, o cheiro a terra, as pessoas na beira da estrada...estavamos no estado de Punjab, um dos mais pobres da India. Mas, sem duvida, ja tipicamente indiano, sem qualquer traco Budista - a India Profunda, dos relatos dos viajantes de mochila as costas, dos saris e do acafrao, do cheiro a incenso e a urina. Toda a ideia de viajar de comboio me deixou apreensiva: porque as estacoes eram perigosas, porque os comboios tinham bombas, porque tinha duas noites pela frente num beliche sem privacidade, porque podia nao ir proxima das minhas companheiras de viagem. Mas longe de ser um cenario aterrador, deparei-me com uma estacao cheia de vida, com vendedores de chamucas e chapatis acabadinhos de fazer, com carregadores de malas, passageiros ah espera, vendedores de fruta, de revistas, e de passatempos. Tinhamos bilhetes AC2, os lugares caros e elitistas do comboio, que protegiam dos nativos enfezados e dos elementos, nomeadamente do calor. Gratas pelo A/C, desconfortaveis com a "redoma". O descanso foi parco -- deixava insistentemente que o balanco do comboio me embalasse os sonhos mas a excitacao da coisa nova e o ressonar do vizinho impediam-me de adormecer. A Teresa, ja desde o inicio desta viagem apelidada de "soneca", nao manifestou neste caso qualquer problema, com o vizinho barulhento mesmo em cima... Eram previstas 28h de viagem, que languidamente se estenderam para 32...mas foi uma experiencia unica, um mergulho na realidade desta gente, um filme real pela janela e um tempo para ler e reflectir...e partilhar.

Etiquetas:

segunda-feira, agosto 08, 2005

Nota:

Estavamos as duas ao mesmo tempo a escrever em computadores diferentes... Curioso a escolha de palavras ser tao semelhante.

Etiquetas:

Dharamsala

Sede do Governo Tibetano em Exilio e Local de Residencia Oficial do Dalai Lama....eh facil perceber porque estamos aqui. Mas longe de ser o paraiso Zen que estava ah espera, deparo-me com uma cidade estilo favela, um verdadeiro Ghetto, em que ha um real sofrimento e nostalgia do Tibete e um rancor internalizado pela impossibilidade de voltar a casa. Enquanto que para a maioria de nos eh um ponto de passagem, que confere uma dinamica interessante a cidade (ha sempre cursos de Reiki, massagem, tibetano, culinaria a decorrer), para os que ca vivem eh a alternativa possivel e e permissao de vivencia num pais que nao eh o seu. E, mais uma vez, e-me impossivel ficar indiferente. "Often we encounter things in anoter tradition that help us better appreciate someting of our own." Joseph Goldstein

Etiquetas:

De partida

Saida de Dharamsala. Foram uns dias algo intensos. A energia aqui nao e serena e convidativa, reflectindo antes a sua real motivacao. Afinal, nao estamos no Tibete. Estamos sim, rodeados de pessoas que nao sentem pertencer aqui. As lojas tem autocolantes e cartazes a dizer "Libertem o Tibete", "Nao vendemos produtos feitos na China", "Onde esta o Panchen Lama?".
Nao se caminha pelas ruas de Mcleod Ganj indiferente, apesar de quase sempre se desviar o olhar.

Etiquetas:

domingo, agosto 07, 2005

Rewalshar

A 24 kn de Mandi existe um pequeno lago entre as monhanhas chamado Rewalshar. Tinhamos a indicacao que era um lago sagrado, mas pouco mais....de qualquer forma, pareceu um bom sitio para "partir" a longa viagem ate Dharamsala. Mais quente e humido do que o habitual (tinhamos acabado de chegar da montanhas cobertas de neve), o lago saudou-nos a meio da tarde, com sons de passaros, macacos e o borbulhar dos peixes. Ali parecia que todos os seres estavam em ressonancia com o Mundo, que as unicas guerras animais eram a competicao por oferendas dos templos adjacentes. Ali o ceu escureceu e reflectiu as tenues luzes dos templos Hindus, Budistas e Sikhs sobre as aguas: de maos dadas e olhos projectados no longe, adormeci com os monges ao som de oracoes. Durante a noite trovejou e choveu torrencialmente durante cerca de 3h, e fomos despertadas do sono pelo barulho e pelos relampagos. Por momentos pensei que tal chuva pudesse causar inundacoes nas terras abaixo e a possibilidade de ficar ali por forca maior pareceu-me confortante: ali sentia-me segura...descansamos muito pouco e as 6.00h da manha fomos partilhar a oracao matinal com os monjes (estavamos hospedadas no Mosteiro e nao havia como nao ouvir o som das longas trompas, logo as 5.30h). Nem tivemos tempo para tomar pequeno almoco, porque a oracao durou mais de duas horas, e era ja tempo de partir...mas a presenca naquela puja deixou-me mais tranquila quanto ao que esperar para o resto do dia. E despedimo-nos de Rewalshar, acordado da noite sombria por entre as brumas da montanha, com a Visao da palavra Comunhao. E a medida que o Jipe se afastava, olhei para tras e vi as brumas a encerrarem e esconderem de novo a entrada deste lugar.

Etiquetas:

quinta-feira, agosto 04, 2005

Ladakhi Toilet

Nao posso deixar de fazer uma nota acerca das WCs ca do sitio... Como ja devem calcular, encontrar num restaurante ou qualquer outro edificio publico uma WC estilo "ocidental" eh uma raridade. Tipicamente, eh a chamada casa de banho do "buraco no chao". Mas nao me posso queixar, pois estes Indianos sao muito inventivos! Em vez do tradicional buraco conhecido no Ocidente, aqui ha um pouco de tudo. Uma WC particularmente apreciada foi a do Cafe La Terrasse em Leh. Enquanto o vulgar mortal se refastela no terraco a olhar as bonitas paisagens de Leh, uma verdadeira revolucao ocorre no cubiculo abaixo....entregam-nos uma chave que abre um cadeado de um portao para as traseiras do edificio e avisam-nos de antemao que se trata de uma "Ladakhi Toilet....luxurious Ladakhi Toilet", com um sorriso amarelo. O mais incauto dos turistas ira deparar-se com uma especie de palheiro de 2 andares, com umas escadinhas para o andar de cima (e que alguem se livre de entra no andar de baixo!). Ao entrarmos no dito compatimento (amplo, mal iluminado e aparendemente INODORO!), reparamos no dito buraco no chao, um quadrado perfeitamente delineado, um montinho de terra e uma pa... pois eh, ja devem estar a perceber, o buraquinho e para deixar cair "o material" para o andar de baixo e a pa e para por terra nos bordos do buraquito (para quem tem problemas de pontaria). E sao assim, com variantes no tipo de material com que sao construidas (madeira, tijolo, barro, etc), estas sao as tradicionais e luxuosas Ladakhi Toilets. E nem sequer veem com manual de instrucoes...

Etiquetas:

Vashisht e o encantador de serpentes

Levemente adormeco ao som da musica. Os tambores mantem o ritmo e a voz leva-me para la. Ouco o som da agua quente e dos animais, melodicamente pautados em orquestra. Tudo parece fazer sentido. Eh um filme real, eh um sonho com sabor a canela. Sento-me no cafe Rainbow a contemplar a vila abaixo: ao olhar, quero sair, mas permaneco. Espero que os medos e os fantasmas venham ate mim para os poder abracar: a cobra e o encantador, os Sadhus que olham o ceu de Krishna, as bacterias....todos os medos visiveis e invisiveis. Batem a porta e deixo-os entrar. O ser abre-se para esta realidade, e condensa-se a energia. Por momentos estou em paz, intocavel, protegida pelos Deuses que aqui moram. E tudo faz sentido, ao som do Mantra.

Etiquetas:

terça-feira, agosto 02, 2005

4 estacoes

Final da primeira semana. Final da segunda estrada mais alta do mundo. Ao longo de caminhos sinuosos, fomos presenteadas com cenarios distintos. Passamos por desertos, florestas, montanhas geladas e prados verdes. Enfim, as 4 estacoes em 3 dias. Adriana

Etiquetas:

Leh-Manali Highway

Estamos de volta! Bom, estes 3 dias nao foram faceis...sem internet, sem aquecimento (pensam que nao eh preciso?) e sem costas qe aguentem.....queremos ja mas eh uma massagem aiurvedica. Este post vai ser sem inspiracoes poeticas e sem rodeios, de acordo com o que se passou nos ultimos dias. Foram 3 longos dias ate Manali, a capital indiana dos desportos radicais e algo estilo colonialista. Primeiro, algumas horas para o cristalino Tso Moriri, um lago de aguas cristalinas a 4500m de altitude, no coracao dos Himalaias. Alojamento: tenda....pois eh, EU dormi numa tenda! (da para acreditar?)...sem agua, sem luz, mas com o ceu estrelado como tecto (a barraca tinha buracos...). Paa alem disso fez um frio de rachar durante a noite e so tivemos sonhos esquisitos, portanto, mais uma noite mal dormida. Poderao ver pelas fotos que nao estou com um ar muito contente de manha...No dia seguinte fizemos mais uns quilometros ate a estrada ate mamali, a Highway leh/manali. Tinhamos a secreta esperanca que fosse mesmo uma autoestrada, mas nao era. Uma faixa de rodagem com dois sentidos com camioes, autocarros de turistas, as vezes ladeada por um penhasco com 400-500m de altura, outras vezes sem asfalto, outras com pedregulhos resvalados no meio da estrada, enfim, tipo daqui a Freixo de espada acima por estradas rurais. As vezes a estrada era um rio. Mas era linda. todos os 475km dela. Que demoraram 3 longos dias a percorrer. Quis Shiva, Buda, Cristo e outros que nada nos acontecesse, nem sequer um pneu furado.

Etiquetas: